Mapeamento da infra-estrutura digital/internet de estudantes indígenas do FIEI e de seus territórios 

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Data de Início:

2011

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A noção de que a leitura literária deve integrar o universo da infância e a constatação de que a temática da formação do leitor de literatura, na Educação Infantil, carece de aprofundamento e discussão nos cursos de formação docente. Essa demanda resultou na elaboração deste Projeto, que pretende promover o encontro entre o pequeno leitor e o livro e assim fomentar o prazer de ler, ouvir e contar histórias desde a primeira infância. Pretende, ainda, ampliar o diálogo entre Formação docente, Educação Infantil e Leitura Literária, reconhecendo a infância como uma construção social da qual participam as crianças como atores sociais de pleno direito. Esse reconhecimento implica, entre outras coisas, considerar sua capacidade de produção simbólica, de representações e crenças em sistemas organizados. As crianças desde bem pequenas são sujeitos capazes de interagir com os signos e símbolos, bem como de atribuir distintos significados a partir dessa interação. A linguagem é uma ferramenta fundamental para que a criança se constitua como sujeito. Ao examinar a relação entre criança e linguagem escrita, há que se considerar não apenas o papel central que essa linguagem cumpre na construção do pensamento infantil, mas também na forma como a infância interage com o mundo e na maneira como dele se apropria. No universo cultural da criança, a linguagem ultrapassa as funções meramente representativas, de interação ou de comunicação, e se transforma em um objeto com o qual a criança brinca. Essa capacidade de transformar a linguagem em um elemento lúdico, de múltiplos sentidos e possibilidades, revela a aproximação harmônica entre literatura e criança. Assim como o discurso infantil, o discurso literário emprega metáforas e fantasias. Por meio do discurso literário, o signo e o significado amplia suas conexões e ganham formas variadas. Podemos dizer que tanto as crianças quanto a literatura subvertem a ordem, criando múltiplas formas de discursos na tentativa de aprender, ressignificar e modificar os sentidos. O trabalho com a literatura na educação infantil, ao respeitar a criança como produtora de cultura, assume um papel importante não apenas na formação de leitores, mas na própria constituição dos sujeitos. Ouvir, ler e contar histórias possibilita descobrir outros significados para a experiência humana. Como argumenta Bonaffé (2008), constituímos o bebê que acaba de chegar ao mundo com palavras, pois este sujeito já ocupa um lugar neste mundo, na medida em que evocamos sua ascendência, suas semelhanças, suas expressões mínimas. Quando afirmamos a importância do trabalho com literatura junto a bebês e crianças pequenas, não estamos mencionando apenas os primeiros contatos com o texto impresso. Ao considerarmos essa complexa rede de significados, não se pode conceber a leitura na educação infantil simplesmente como ferramenta para aumentar a competência acadêmica das crianças. Trata-se, isso sim, de oferecer a elas o material simbólico inicial para que possam ir descobrindo não apenas quem elas são, mas também quem elas querem e podem ser. A imaginação nos permite ser outras pessoas e nós mesmos. Ajuda-nos a descobrir que podemos pensar, nomear, sonhar, encontrar, comover e decifrar a nós mesmos nesse grande texto escrito a tantas vozes por uma infinidade de autores ao longo da história (Reyes, 2010, p.15). A ideia central é de que o processo de apropriação da linguagem escrita é dependente da coordenação de aprendizagens que se desenvolvem em diferentes espaços e por meio de diferentes inter-relações, abarcando um amplo conjunto de agentes mediadores e de espaços de formação.

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