Terra Indígena Xakriabá – Monitoramento Comunitário 

Nº SIEX:

403884

Tipo de Ação:

Projeto

Status:

Ativo

Coordenador(a):

ANA MARIA RABELO GOMES 

Programa Vinculado:

Não possui

Palavras-Chave:

Data de Início:

16/06/2020

Departamento:

Departamento de Ciências Aplicadas à Educação

Site:

Descrição:

O povo indígena Xakriabá, que vive em terras localizadas no norte de Minas Gerais, é a maior população indígena do estado. Mais de 70% da população do município de São João das Missões é pertencente a esta etnia. A maior parte deles, cerca de 10 mil pessoas, vive na Terra Indígena Xakriabá (TIX) que reúne 32 aldeias. Estas pessoas circulam, frequentemente entre a TIX e a sede do município, assim como vão a outros municípios da região por diferentes motivos, como ir ao banco, às compras, em busca de tratamentos de saúde, a trabalho, entre outros. Diante do cenário atual da pandemia do COVID-19, em que aumenta a cada dia o número de casos confirmados nas localidades vizinhas à TIX, preocupam os impactos dos efeitos da doença para a etnia Xakriabá. Situação que é agravada pelas limitações impostas ao sistema de saúde local e a distância dos polos de saúde com recursos capazes de atender os doentes, incluindo os diversos grupos de riscos, como os idosos (muitos dos quais são importantes para a dinâmica dos conhecimentos tradicionais, figurando como mestres da tradição). Deste modo, mostra-se necessário e urgente o estabelecimento de estratégias de monitoramento de possíveis casos de contágio para que o sistema de saúde local possa se antecipar na avaliação e condução das práticas de cuidado, assim como na prevenção do aumento das taxas de transmissão. Neste projeto, propomos apoiar a construção, implementação e manutenção de uma ação colaborativa de monitoramento de possíveis casos de contágio pela COVID-19 na TIX com participação das associações locais, dos profissionais indígenas das equipes de saúde e dos estudantes de graduação indígenas Xakriabá na UFMG (FIEI e demais cursos). Esperamos assim que, além do suporte no manejo emergencial de saúde, seja incentivado um processo construtivo na formação acadêmico-profissional dos estudantes indígenas desta etnia. O projeto de extensão é implementado como desdobramento do projeto de pesquisa realizado em parceria com a UFPA e a Univ. Sheffield (Inglaterra), cuja abordagem se fundamenta na proposição de uma cartografia social, ou contra-cartografia. A pesquisa está sendo desenvolvida junto a 6 diferentes populações tradicionais, 4 dos casos situados no Pará, e 2 deles em Minas Gerais: os Xakriabá em São João das Missões; e uma aldeia Pataxó em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de BH. As atividades desenvolvidas com essa proposta de monitoramento comunitário entre os Xakriabá serão socializadas com as demais comunidades envolvidas no projeto e com os demais povos indígenas de MG. Além da transmissão de informações às equipes locais de saúde, serão produzidos boletins informativos destinados à disseminação das informações dentro das comunidades, no formato de produções gráficas para circulação nas redes sociais dos Xakriabá, assim como materiais áudio para circulação nas rádios comunitárias e carros de som que circulam entre as aldeias. A partir das informações produzidas, junto com equipe de pesquisadores da UFMG do Comitê de Enfrentamento da Covid19, e do GT Saúde do Comitê Covid19 do FIEI. Serão discutidas, com a equipe de saúde local, as formas de ação preventiva, diagnóstica de de acompanhamento dos casos de Covid19 em relação aos protocolos de testagem e práticas de cuidado que melhor se adequem em cada momento. Objetiva-se também a identificação das possíveis rotas de contágio para orientar as decisões do Conselho de Lideranças em relação à necessidade de reduzir a circulação de pessoas entre a TIX e seu entorno. Por fim, as atividades que serão desenvolvidas com os estudantes do FIEI, além de serem ocasião de formação, deverão se constituir em estratégias de divulgação e difusão das informações que contribuam a conscientizar as pessoas nas aldeias e a desencadear processos coletivos e comunitários de enfrentamento da pandemia.

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