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Até o dia 13 de setembro, quem passar pela Faculdade de Educação terá um bonito encontro, personagens das pinturas das artistas Daiely Gonçalves e Rebeca Amaral preenchem as paredes do Espaço Arteducação de cores e afetos. A exposição, que começou dia 26 de agosto, presenteia o visitante com cenas acolhedoras e reflexivas. Pela tintas das obras de Daiely e Rebeca, corpos se revelam poéticos e também políticos entre cenas que convocam memórias e histórias na delicadeza intimista de suas produções pictóricas.
As obras de Rebeca Amaral em “De corpo e tinta” questionam o descanso e exaltam o ócio como ato de resistência. As pinturas são compostas por mulheres que fazem parte da vida da artista, ora lendo, ora descansando, em momentos particulares. A artista desloca o corpo negro do lugar em que o mesmo é inserido socialmente, trazendo um questionamento sobre a vida dessas mulheres. A série “Mãos que (des)cansam” evoca a relação existente entre o descanso e o cansaço trazendo essa parte do corpo que é fazedora de coisas. Ou seja, as mãos também precisam descansar, mas, quais mãos descansam sem culpa?
Daiely busca na figuração do corpo o desejo de reafirmar indivíduos sensíveis na sua intimidade. Pessoas presentes no dia-a-dia da artista permitem suscitar momentos de fragilidade e delicadeza, instantes acessados a partir de trocas e do envolvimento com o outro. Com obras desenvolvidas desde o ano de 2018, a exposição conta também com duas mais recentes que merecem atenção especial.
As pinturas “As mulheres daqui”, “para nós e para mim”, são parte de uma série de obras que revelam um pensamento visual endereçado à corporeidade, percorrendo caminhos de criação de contra narrativas que tecem uma ótica para processos do cotidiano.
A exposição “De corpo e tinta” tem visitação gratuita e reafirma o espaço da arte e seus atravessamentos com a educação no contexto da Universidade Federal de Minas Gerais.
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Daiely Gonçalves é Brasileira. Artista Visual e educadora, pesquisa sobre corporeidade e território, faz parte da “Coletiva Negrafrica” que tem, por si, o objetivo de ecoar narrativas negras, indígenas e periféricas.
Rebeca Amaral é Brasileira. Artista visual. Participou do Laboratório de Curadoria da Exposição Epistemologias Comunitárias: Arte Contemporânea de Autoria Negra e desenvolve atividades de extensão no Educativo no Centro Cultural UFMG.
Depoimento
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A exposição “de corpo e tinta” reúne obras de Daiely Gonçalves e Rebeca Amaral, duas mulheres artistas que dialogam sobre o corpo em suas alteridades. Observar suas obras é como cultivar uma amizade, uma partilha sensível do viver e conviver. A reunião de suas obras no Espaço Arteducação da FaE evidencia a pintura como objeto de arte na contemporaneidade e também como testemunho da vida humana em comunhão, o que ocorre desde a pré-história. Pela tintas das obras de Daiely e Rebeca, corpos se revelam poéticos e também políticos entre cenas que convocam memórias, histórias e afetos na delicadeza intimista de suas produções pictóricas.
Daniele de Sá Alves
Curadora da exposição “de corpo e tinta”