No dia da Consciência Negra fomos confrontados com as imagens do violento assassinato de um homem negro no estacionamento de uma das lojas da rede Carrefour de Porto Alegre. A morte de João Alberto Silveira Freitas, e tantas outras mortes que o seu assassinato reacende, evidenciam o racismo estrutural da sociedade brasileira, tão agudamente enraizado e, ao mesmo tempo, invisibilizado no cotidiano do país. Todavia, não é apenas a violência física, registrada em documentos como o Atlas da violência e o Mapa da juventude, que marca o racismo no Brasil, já que o racismo institucional constitui a sua outra face, do mesmo modo perversa e mortífera.
Por vezes mais discreto e silencioso, o racismo institucional atravessa as relações sociais, inferioriza os sujeitos, corrói a busca pela igualdade de oportunidades e evidencia o quanto a desigualdade no Brasil tem na cor da pele um de seus importantes indicadores.
Toda essa conjuntura nos faz pensar nos desejos, possibilidades, oportunidades, individuais e coletivas, que também são destruídas quando o racismo age e não é reconhecido como um problema estrutural e institucional, que nos implica coletivamente.
Por isso, a Comunidade FaE-UFMG se une àqueles que demandam um maior investimento do Estado brasileiro no fortalecimento das políticas públicas já existentes, voltadas para a construção da igualdade racial, como a Lei nº 10.639/2003 sobre o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira; o Estatuto da Igualdade Racial – Lei nº 12.288/2010; a Lei nº 12.711/2012, que garante a reserva de vagas para o ingresso nas universidades e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio; e a Portaria Normativa no. 13/2016, que instituiu a política de Ações Afirmativas na Pós-graduação, bem como na criação de novas ações que sejam capazes de combater o racismo e construir a igualdade racial no Brasil. #Vidas negras importam.
Faculdade de Educação – Universidade Federal de Minas Gerais, 27 de Novembro de 2020