Notícias

Estão abertas as inscrições para o seminário “Mortos e a Câmera” do forumdoc.bh.2019

quinta-feira, 14 de novembro de 2019, às 14:21

Estão abertas as inscrições para o seminário “Mortos e a Câmera” do forumdoc.bh.2019

Todas as atividades são gratuitas e acontecem no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes. O seminário terá carga horária de 8h e os participantes receberão um certificado ao final do evento (garantido mediante participação em 60% das atividades). 

Confira a programação completa abaixo e inscreva-se pelo site:
www.forumdoc.org.br

:: 25 a 27 de novembro :: belo horizonte :: minas gerais :: brasil ::

A mostra “Mortos e a Câmera” será acompanhada de um seminário, no Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes-MG), que pretende abordar as conexões parciais entre memória, necropolíticas, cosmojustiças e cinema, antropologia, performance e arte.

A intenção do seminário é se alinhar à proposta de Michael Gillespie a partir da formulação “cinema na vigília” (cinema in the wake), na esteira de Christina Sharpe, bem como ao chamado de Claudia Rankine, de modo a expandi-los para territórios não explorados por esses autores. 

O fato de a existência de pessoas negras, mulheres, indígenas e lgbtqi, entre outros, ser uma existência na vigília (existence on the wake), marcada pela escravidão e pelos genocídios, faz toda a diferença para pensarmos os modos como lidamos com a vigília dos mortos, em especial quando utilizamos mediações políticas e artísticas, raramente acadêmicas, para fazer esse percurso obrigatório de ir e voltar do encontro com nossos mortos. 

Vale ainda esclarecer que, para Sharpe, o modo de “existência na vigília” e o “trabalho de vigília” (wake work) são entendidos como formas de consciência/conhecimento (consciousness). Sobre o “trabalho de vigília”, Sharpe resume: “Se, como sugeri até agora, pensamos na metáfora da vigília em todos os seus significados (vigiar os mortos, o caminho de um navio, uma consequência de algo, na linha de voo e/ou visão, despertar e consciência) e se juntamos a vigília ao trabalho, a fim de fazer da nossa vigília e trabalho de vigília nossa analítica, podemos continuar imaginando novas maneiras de fazer vigília na vigília da escravidão, nas vidas após a escravidão (slavery’s afterlives), para sobreviver (e mais) a vida após a morte da propriedade. Em resumo, quero dizer que o fio do trabalho de vigília é um modo de habitar e romper essa episteme com nossos conhecimentos vividos e vidas in/imagináveis. Com essa análise, podemos imaginar o contrário do que sabemos agora na vigília da escravidão”.

CLIQUE AQUI PARA FAZER SUA INSCRIÇÃO

PROGRAMAÇÃO:
25 de novembro, 17h (segunda-feira)

ABERTURA
Apresentação: Paulo Maia
Conferência: Leda Maria Martins
26 de novembro, 15h (terça-feira)

MESA 1: TRABALHO DE VIGÍLIA | WAKE WORK
Com: Denilson Baniwa, Castiel Vitorino, Davi de Jesus do Nascimento e Célia Xakriabá
Mediação: Roberto Romero

27 de novembro, 15h (quarta-feira) 
MESA 2: CINEMA NA VIGÍLIA | CINEMA IN THE WAKE
Com: Tatiana Carvalho Costa, André Brasil, Fabio Rodrigues Filho e Ademilson Concianza
Mediação: Carla Italiano

Endereço
Av. Afonso Pena, 1537 – Centro, Belo Horizonte – MG
Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes