“Entre a Lama e o que Restou das Nossas Memórias…” compartilhou registros sensíveis do desastre do rompimento da barragem em Minas
Exposição "ENTRE A LAMA E O QUE RESTOU DAS NOSSAS MEMÓRIAS" no Espaço de Poéticas da FaE/UFMG.
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De 28 de junho a 22 de julho de 2024, o Espaço de Poéticas da Faculdade de Educação recebe a exposição intitulada “Despidas do Tempo” Entre os dias 24 de julho a 30 de agosto de 2024, o Espaço de Poéticas da FaE/UFMG recebeu uma exposição com os registros da fotógrafa Ana Stoppa, suas imagens captaram de modo sensível a devastação da paisagem e das comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos da Vale, em 2015. Neste ano, a barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues em Mariana (MG), de propriedade da mineradora Samarco e controlada pelas empresas Vale e BHP Billiton, se rompeu, despejando cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no território do seu entorno. Considerada a maior tragédia ambiental do país, o desastre matou pessoas, engoliu comunidades e plantações, poluiu cursos d’água, deixando um rastro de destruição em toda a bacia do rio Doce, em Minas Gerais, com reflexos até a foz do rio, localizada no Estado do Espírito Santo.

Paracatu de Baixo, assim como Bento Rodrigues, foi devastado pela avalanche de rejeitos que vazaram da barragem, tendo sido necessário um novo projeto de reassentamento para os moradores da cidade. Após a assinatura de um Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) entre a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton, com os governos federal e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, foi criada a Fundação Renova, instituição responsável por conduzir os programas de reparação, restauração e recuperação socioeconômica e socioambiental nas áreas impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão. Nesse contexto, sob a coordenação da Profa. Dra. Maria Isabel Antunes Rocha, foi criado o “Programa Escola do Rio Doce”, implantado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em parceria com a Fundação Renova. Essa iniciativa pretende promover formação continuada de professores das redes públicas de ensino, que lecionam e/ou trabalham nos municípios atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão.

Conjunto de fotografias de Ana Stoppa na exposição “Entre a lama e o que restou das nossas memórias…”.

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A exposição “ENTRE A LAMA E O QUE RESTOU DAS NOSSAS MEMÓRIAS…” contou com a curadoria da Profa. Dra. Daniele de Sá Alves e integrou o primeiro Seminário Regional de socialização dos resultados do Programa Escola do Rio Doce, acontecido no dia 24 de julho de 2024 na Faculdade de Educação / UFMG. O evento divulgou resultados e apresentou Planos Pedagógicos Experimentais (PPE) desenvolvidos pela instituição junto às populações atingidas pelo desastre

As fotografias da exposição foram realizadas por Ana Stoppa logo após o rompimento da barragem. A fotógrafa, que também é advogada, escritora e ambientalista, visitou o território do desastre e fez as imagens com a intenção de divulgar os danos causados na região. As imagens mostram uma paisagem devastada com as marcas deixadas pelo mar de lama nas casas e paisagens. Nas imagens, não vemos pessoas, mas as marcas da devastação, revelando uma ausência de vida. Esse vazio, permeado por um silêncio e a destruição física de imóveis e paisagem, nos estimula a refletir sobre como o desastre afetou profundamente a vida das pessoas da região. As imagens também nos estimulam a questionar o modelo econômico vigente em Minas Gerais baseado principalmente na extração mineral e o quanto ele é nocivo para o meio ambiente e comunidades.

Acompanhe os espaços expositivos da FaE pelo Instagram: 

@ espacoarteducacaofaeufmg

@espaçodepoeticasufmg

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