OS GRUPOS COMUNITÁRIOS DE SAÚDE MENTAL: UMA PERSPECTIVA EDUCATIVA

Ressalta-se o contexto desafiador da Educação no Brasil e no mundo, marcado pelo aumento de quadros graves de sofrimento psíquico, concomitante às mudanças de uma rotina predominantemente ditada pela tecnologia. Levando em consideração esse cenário acelerado pelo impacto da Covid-19, o presente trabalho teve como objetivo discutir e propor o método dos Grupos Comunitários de Saúde Mental (GCSM) como ferramenta de cuidado correspondente ao âmbito educacional e aos desafios identificados na realidade da juventude hodierna. O GCSM nasceu há 24 anos no Hospital Dia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e vem sendo alvo de pesquisas contínuas. Para coleta de dados partiu-se do delineamento de 3 perguntas norteadoras-chave e realização de entrevistas semiestruturadas com 3 participantes e 1 coordenador/fundador do Grupo. Selecionaram-se entrevistados que compunham um público mais jovem ou que frequentava o GCSM desde a juventude. As análises permitiram compreender, identificar e descrever 4 categorias/unidades de sentido: 1. Escola do viver; 2. Entender a vida acontecendo; 3. Andar com a lupa em busca do inédito; 4. Choque de cultura, um choque térmico. Espera-se que, partindo da compreensão, descrição e discussão aprofundadas dos elementos de natureza educativa presentes nos GCSM, sejam vislumbradas novas estratégias educativas para o enfrentamento dos desafios apontados na literatura recente: solidão e isolamento, ansiedade, depressão, suicídio, automutilação.